Vamos ver agora como é
constituída a molécula de DNA. Se você leu a postagem anterior já sabe que o DNA carrega
toda a informação necessária para ditar as nossas características, que são
expressas na forma de proteínas através dos processos de transcrição e tradução,
mas como essas informações estão “escritas”? Agora você vai começar a ver que a
genética não é tão simples como nas séries policiais.
Os cromossomos são a forma como o DNA está organizado. |
Muitos de vocês já devem ter visto alguma representação
gráfica do DNA, ele é composto por dois filamentos que estão organizados em uma
dupla hélice, similar a uma escada em caracol. Esses filamentos são compostos
por uma cadeia de materiais estruturais chamados de nucleotídeos, e CADA
nucleotídeo possui um grupamento fosfato, uma pentose – açúcar desoxirribose no
DNA, e uma base nitrogenada, que pode ser uma das quatro bases nitrogenadas
diferentes, adenina (A), timina (T), citosina (C) ou guanina (G). Por isso, no
post anterior eu havia dito que o nosso “livro de receitas” possui somente as
letras A, T, C, G, pois são as letras iniciais das bases nitrogenadas que
servem para designar um dos quatro nucleotídeos. Um gene corresponde a uma
sequência específica desses nucleotídeos, que será posteriormente transcrito e
traduzido para dar origem a uma proteína.
Os componentes do nucleotídeo: grupo fosfato, açúcar pentose (desoxirribose no DNA) e base nitrogenada (A, T, C ou G) |
Os carbonos da pentose do nucleotídeo são numerados, como
você pode ver na figura acima, de 1’ até 5’ (os números são seguidos por
apóstrofo mesmo). No DNA, os nucleotídeos são conectados uns aos outros nas
posições 3’ e 5’, assim, a cadeia de nucleotídeos possui uma polaridade, com
uma ponta tendo o grupo fosfato 5’ e outra um grupo 3’ OH. O fosfato e o açúcar
são ligados através de ligações fosfodiéster e a base nitrogenada se liga à
pentose por uma ligação glicosídica. Para que os dois filamentos fiquem
pareados o outro filamento deve ficar no sentido oposto para que as bases
nitrogenadas se liguem, por isso os filamentos tem polaridade contrária,
enquanto um está no sentido 5’ – 3’, o outro estará no sentido 3’ – 5’.
Figura ilustrando a constituição da molécula de DNA (CÉZAR e SEZAR).
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As bases nitrogenadas são mantidas juntas por ligações de
hidrogênio, que são ligações fracas. Porém elas não se ligam aleatoriamente, há
um pareamento específico para as bases nitrogenadas. A adenina pareia-se apenas
com timina, e a guanina apenas com a citosina, ou seja, as bases são
complementares. Além disso, as bases são classificadas de duas maneiras, em
púricas ou pirimídicas. As bases púricas são aquelas que possuem dois anéis de
carbono, compreendendo a adenina e a guanina, e as bases pirimídicas são as que
possuem somente um anel de carbono, sendo a citosina e a timina. Uma base
púrica específica sempre irá se parear com uma base pirimídica específica. Por
isso, A – T e C – G, o contrário também é válido, T – A e G – C.
Referência:
GRIFFITHS, A.J.F. et al. Introdução a Genética, 7ed. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan S.A., 2002, 786p.
Referência:
GRIFFITHS, A.J.F. et al. Introdução a Genética, 7ed. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan S.A., 2002, 786p.
Obs.: sempre vou referenciar os textos, caso alguém queira se aprofundar no assunto ou ler mais a respeito.
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